2º ENDC promove cultura para ampliar o debate

Belo Horizonte foi palco para o 2ª Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, que além de levar debates, abriu espaço para bandas locais. Ao todo sete representantes da música local tocaram na Praça da Liberdade. E entre uma nota e outra, puxaram falas a respeito da importância de democratizar a mídia.

Tocaram as bandas Meninas de Sinhá, grupo de Afoxé Mundo Negro, Samba do Operário, Banda Cáustica, Caribe Brasilis e Trupe Sonora. As bandas apresentando estilos diferentes do sertanejo, gênero pelo qual Minas Gerais é conhecida.

Durante os shows, os cantores deixaram suas impressões a respeito da regulação da mídia; à exemplo de Alvaro Augusto Zulu, das bandas Afoxé e Samba do Operário, que elege a democratização como forma de combate à “negação do negro na mídia”, e de diversos outros segmentos sociais.

De acordo com os moradores de Belo Horizonte, os shows na praça não são frequentes, e ficam felizes por verem o espaço sendo utilizado dessa maneira. Apesar de muito frequentada no dia-a-dia, a maioria dos eventos são sarais a céu aberto, organizados pelos moradores.

O Coordenador Geral do Sindicato dos Jornalistas, Jonas Valente, foi ao evento com expectativa de ampliar o debate, e ao ver o ato pela Liberdade de Expressão, aplaudiu esse evento que pega os debates e “traduz para a linguagem dos moradores”.

Transporte Privado, Desrespeito Público

O transporte é público, pois precisa da concessão do Estado e é de uso geral da população. Mas público, não gratuito. E assim os governistas se livram das despesas da manutenção, dá ao povo o transporte, e torna o “privado” uma elipse. Ao menos para ele, porque na catraca todo passageiro sabe que o canto da sereia é outro.

O Distrito Federal conta com 5 bacias. Essas bacias são regiões, e para cada uma deles há uma empresa rodando. Ou Seja, a Bacia 1 é da Viação Piracicabana, uma empresa paulista, antiquíssima. Essa empresa faz o transporte da Octogonal, passando pelo Plano, e segue até Sobradinho.

Outras duas empresas também são de outras regiões: Marechal curitibana e responsável pela Bacia 4; e São José, empresa de Fortaleza responsável pela Bacia 5. As Bacias 1 e 2 são respectivamente das empresas Pioneira e Urbi.

Todas essas empresas precisam de uma concessão do governo. Então, de acordo com a vontade da administração, são abertos editais e os interessados se manifestam. Algumas dessas concessões chegam a ter prazo de 10 anos prorrogável pelo mesmo prazo. Ou seja, na melhor das hipóteses, a mesma concessão pode perdurar por 3 mandatos de governadores – talvez 4.

Mas qual a importância de se discutir isso? Simples, existem empresas a que são delegadas a exploração de serviço básico rodoviário. Faço questão de frisar o básico, pois é sinônimo de essencial. E esse adjetivo é o que representa o transporte público para o cidadão comum. Independente de renda.

A classe social é uma questão de baliza, mas não é essencial. Já que nos metrôs e ônibus é possível ver várias classes sociais. E para os abastados que discordam, basta questionar, será que os filhos da classe média, ou superiores, que ainda não possuem idade para dirigir não usam o transporte coletivo? Talvez não faça uso constante, mas e o uso esporádico?

Sem o transporte público a cidade ficaria caótica, basta olhar o crescimento da frota de carros do DF que desde os anos 2000 aumenta todos os anos. Nos últimos 14 anos a frota de veículos apresentou um crescimento em torno de 300%. Ou seja, sem o transporte público as pessoas ficam obrigadas a usar seus carros. E o que acontece durante as greves dos rodoviários e metroviários deixa bem claro que Brasília além da empresa paulista, adotaria seu trânsito fadado a lentidões. Caso abolisse o transporte público.

Acabar com o transporte público é inviável, e o governo alega que o custo de uma transição de um sistema privado para um sistema realmente público é muito caro. E abaixar a tarifa para um valor que seja condizente com a realidade salarial brasileira é algo que toca o bolso das empresas. Mas se levarmos em conta um trabalhador que ganha um salário-mínimo (R$ 788,00) gasta por mês 15% do seu salário justamente para ir trabalhar, percebemos: quem realmente está tendo o bolso remexido é o cidadão.

É claro que existe o vale-transporte para suprir essa demanda e aliviar para o trabalhador. Mas esse fato apenas representa um remanejamento da despesa para o empregador, o que torna custoso manter o funcionário, já que apenas salário e transporte sem os outros benefícios e etc. Somam 908 reais.

Grandes empresas talvez gostassem de diluir essa despesa, mas caso não queiram, os lojistas micro e pequenos empresários, com certeza querem. É uma solução capitalista para uma questão social. Uma mudança de ótica e percebemos que existe uma possibilidade inclusive de arrecadar desses setores mais abastados para financiar um transporte público e gratuito. Fazendo com que parte desses gastos deixassem de ser abatidos no imposto de renda, e fossem remanejados.

A realidade em sua forma bruta é apenas uma: como direito, o transporte deveria ser gratuito. Afinal, são os trabalhadores quem fazem maior uso. Se não é possível assim fazê-lo, por que não fazê-lo gratuito de 6 da manhã à meia-noite e pago durante o outro período? O que não faltam são possibilidades para ajudar o estado a custear o transporte.

Não sei já perceberam, mas em Brasília o transporte gratuito já é realidade para alguns setores. Os estudantes são o exemplo mais claro atualmente, já que com o auxílio do passe estudantil são isentos das passagens. O Veículo Leve sobre Pneus que liga Gama e Santa Maria ao Plano Piloto são outro exemplo. Além dos senhores com mais de 65 anos, que também tem gratuidade. Todos os exemplos funcionam muito bem, e provam que o modelo gratuito pode ser implantado.

Mas é claro que a questão orçamentária jamais há de permitir a implantação de um transporte gratuito – ao menos, é o que dizem as respostas na ponta da língua dos administradores. Fatores politiqueiros provavelmente influenciem essas questões. Ou apenas a vontade do governador não vá de encontro com esse direito, que deveria ser garantia fundamental, do cidadão.

Uma reforma política e algumas ações mínimas, como o fim do financiamento privado de campanha, podem amenizar essas questões e tornar a ideia de gratuidade uma realidade fadada a acontecer. Assim como muitas outras melhorias dentro dos setores político-administrativos e econômicos da sociedade.

Enquanto isso, resta apenas em primeiro lugar propor um modelo, questionar o modelo vigente, e cobrar dos nossos dirigentes ações que vão de encontro com a realidade que nos é apresentada. Com os pés no chão conseguimos construir juntos.

Outra possibilidade de remanejamento de verba podem provir do DETRAN. Afinal o valor das multas subiu no corrente ano. E foi um aumento vertiginoso. Se na transparência do Detran de 2014 foram arrecadados por volta de 100 milhões apenas com multas, quanto será arrecadado no presente ano? Então, por quê não fazer um remanejamento da verba para custear o transporte público, e gratuito?

Perguntemos ao administrador, e sintamos que a pergunta voou para o vazio. Mas apesar de todas as propostas que possamos fazer, tem um fato, que fomenta todos esses questionamentos, uma concessão. Especificamente a concessão feita à empresa Viação Piracibana com prazo de vigência de 10 anos (prorrogável por mais 10). Até aí, tudo bem. O extrato da concessão saiu no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de 5 de junho de 2013, e consta que o “valor do contrato” é de um bilhão, quatrocentos e quinze milhões, setecentos e vinte nove mil, quatrocentos e cinquenta reais e dezessete centavos (R$ 1.415.729450,17).

No DODF até consta um trema no “cinquenta”, coisa que a nova regra ortográfica não permite. E sinceramente, quem treme não é o cinquenta. Com esse valor, quem treme somos nós, o povo.

Discursamos o perigo

O discurso é algo fundamental no dia a dia. A partir de uma fala mínima podemos perceber quem é direita mortadela, ou esquerda caviar. Mas a análise vem a partir de um pressuposto empírico, que tem um leve contato também com a psicologia.

Quem mostra bem a importância do discurso é Stendhal, em O Vermelho e o Negro. A narrativa trata o drama de Julien, preceptor dos filhos do Sr. de Rênal, que vive um drama romântico com a Sra. de Rênal. É perceptível que ambos nutrem um romance que não é apenas baseado na fala, mas também em insinuações, e gestos mínimos.

A partir disso, é fatível chegar conclusão de que o discurso vai além da fala, e também além do que é dito. E busca entendimento nas lacunas, nos silêncios e interpretações válidas. O polêmico Olavo de Carvalho ao introduzir a Teoria dos Quatro Discursos, comenta que ao tentar entender o posicionamento de alguém a partir de sua fala, sem levantar a própria ideologia a fim de julgar, acaba-se em um “ato que implica respeitar cuidadosamente o inexpresso e o subentendido”.

Até mesmo a matemática deixa algumas dúvidas. Conforme as regras de raciocínio lógico, negue duas vezes e afirmará. É claro, que é preto no branco, neguei ou afirmei, mas essa matemática em especial traz uma questão muito interessante: determinada frase não precisa ser dita para ser verdadeira. Ou seja, a partir da análise das proposições, uma fala que foi abandonada se pode ser considerada verdadeira.

O fato é que na análise de conjuntura do período pós-eleições, percebemos uma série de argumentações descaradamente preconceituosas, e sequer tem a preocupação do anonimato. Isso tem um significado na realidade do país, e relação com o lugar de fala de quem faz os ataques. Mas quando a fala é objetiva, e o interlocutor não mede, ou se preocupa em camuflar sua voz, tudo corre bem, porque reconhecemos o real sentido, e pode-se a partir dali combater abertamente.

Dentre as diversas falas estão críticas aos nordestinos, nortistas, pessoas pobres, pessoas que recebem subsídio do governo, entre várias outras. E além das ofensas, todas colocam em cheque o poder de escolha ao votar. Quer dizer, de acordo com as argumentações, é lógico que as falas convergem pra um mesmo significado: quem não tem dinheiro ou ocupa posições sociais no mínimo razoáveis na sociedade, automaticamente não tem senso crítico, cultura, e ainda menos condições de fazer um voto consciente.

Na conjuntura atual quando essa argumentação é feita de maneira aberta pode ser rebatida facilmente, ao contrário de quando o posicionamento aparece de forma subjetiva. A partir de diversas críticas a pensadores contemporâneos e celebridades, independente da cor da camisa – se vermelha ou azul –, constata-se uma necessidade de entender uma questão subjetiva: ali se esconde uma crítica ao eleitorado, a partir de sua incapacidade; ou uma crítica a classe “pensante” que adere aquela posição? E qual a motivação?

A subjetividade é difícil de ser tratada pois, antes de entrar na discussão de fato, é preciso trazer o discurso à tona. Logo, entra-se em um embate para que a fala seja admitida, e então, sim, entrar nas vias de fato do argumento mal colocado.

O real problema é a ingenuidade ao se deparar com escorregões no próprio discurso. Deixar a entender determinado assunto é dar margem para aquele entendimento e fazer vista grossa, voluntariamente ou involuntariamente.

Não podemos dar o mesmo valor a discursos objetivos e subjetivos. Para fins de hierarquização, o discurso que deixa subentender determinados assuntos está em um patamar superior. Pois o grau de dificuldade para notar o perigo do que não foi dito é maior, e o perigo dessa fala, também. Enquanto a fala objetiva atrai pensamentos semelhantes e assusta os discordantes, o subjetivo leva à influência pela fala.

Quando algo é dito é dito, e quando quer ser negado é negado. Ainda que quem reproduza o discurso não perceba o perigo em sua fala, deve ser responsabilizado, da mesma forma como seria ao discursar abertamente as opiniões camufladas.

Vaqueiros de cavalos flex 2.0

Flanelinhas. Sim, os flanelinhas são vaqueiros do mundo moderno, que andam por aí, e cuidam da boiada alheia. As vezes até dão um banho, pra tirar o pó e refrescar o coro de ferro colorido do animal.

As garrafas de água no isopor, e junto dele os outros peões. Todos vaqueiros, todos cuidando dos cavalos dos outros, esperando eles apearem e irem para os seus afazeres. E no cuidado, quando voltam pra pegar o animal, deixam uma moeda. Quase como um menino da porteira, só falta pedir pra tocar o berrante – ou fazer roncar o motor quando o carro é de luxo, ou melhor, um baio de raça.

Todos os dias sob o sol, os vaqueiros selam os cavalos, ou então montam nas bicicletas e vão para as respectivas fazendas – quando não vão a pé, por falta de condições. Trabalham, comem o almoço que é dado pelo patrão, ou então, levam a marmita, e comem sem reclamação. O suor no rosto durante o almoço, é secado com as costas das mãos ou nas mangas da camisa. Se sentam na sombra quando podem, andam de um lado para o outro, fazem os afazeres do campo, e cuidam de tudo para o melhor cuidado possível ao rebanho.

Já os flanelinhas acordam cedo pra enfrentar os ônibus cheios, e aguardar a chegada do comboio antes até dos raios de sol. Enquanto exercem o trabalho de pastoreio para ganhar a vida, “à vida” passa na calçada da frente, centenas de pessoas todos os dias, sem sequer saber ou pensar que aquele rapaz naquele estacionamento, já marcado pelo sol e o cansaço, tem uma família, filhos, ou uma filha. Talvez até uma filha que estuda direito em uma das melhores instituições de educação superior da cidade. Se soubessem, o que pensariam a respeito da possível colega de classes de seus filhos?

Os patrões chegam cada um com pelo menos 100 cavalos, mas de forma inusitada, todos cabem dentro da carruagem de metal, pintada da forma que melhor agrada os donos. E o mais interessante é que nenhum cavalo senta no colo do outro, nem no do senhorzinho. Tudo funciona na perfeita ordem, a ponto de caberem em uma vaga só. Tem uns que colocam entre uma e outra e ocupam duas, vai entender esses cavalos, não é mesmo? Tem também quem os adestre tão bem que os deixam soltos no meio das fileiras, e é só dar uma empurradinha que o baio sai do caminho, mansinho, sem fazer barulho, nem sequer ameaçar um coice, pode confiar.

Os vaqueiros, lá pelas 15 da tarde já encontram sossego embaixo de alguma árvore próxima, enquanto conversam de forma acalorada e sorridente sobre uma série de assuntos. Um fazendo piada com a vida do outro, enquanto fazem críticas de tudo ao redor: da madame que desceu do carro numa pompa maior que o salto de 20 centímetros de altura e quase torce o pé ao errar a passada, até o figurão que chega num carrão e sempre faz uma piadinha, como se fosse amigão do flanelinha.

Os cavalos estão alimentados, cuidados, limpos. Os donos podem pegá-los seguros e – quase sempre – sem nenhum arranhão ao final do dia. Nenhum pulou a cerca e fugiu, ou como é de praxe, foi roubado. O vaqueiro cuida bem dos cavalos.

Transitou tanto que mudou tudo

A cultura do Brasileiro é de amistosidade e receptividade. As rodas de samba, o carnaval e as festas são sempre os pontos principais no imaginário do além-Brasil. Mas o celular vem mudando a cultura praticada do brasileiro, e cada vez mais aumentando a interação com pessoas de outras nacionalidades.

O Brasileiro está mudando na prática, e criando vínculo com outros Brasileiros, portanto, está mudando essa imagem pessoalmente através da interação que é propiciada pelo celular.

Claro que antes dos smartphones já existia internet, skype e diversos outros meios de comunicação e até mesmo mídias sociais, porém com o advento desse gadget o brasileiro começou a passar um tempo maior na internet. E quando não passa, sempre que o celular sob a mesa vibra, ele continua fazendo o que estiver fazendo, mas agora verificando as notificações das redes sociais ou jogos.

A cada paço o celular pode vibrar e o destino também. Ou seja, a interação agora é 24h, e o cuidado com a exposição constante. Afinal, a ferramenta de registro é a mesma que conecta de maneira massiva, profunda, e inegável, mesmo que o cidadão opte por não usar o celular. O baixo custo e as facilidades na obtenção de crédito facilitam a compra do celular.

O fato de 80% dos celulares serem android, é justificado pela economia, ou seja custo-benefício aliado as parcelas nos cartões de crédito. Já os 16% do iphone, são prova suficiente da elitização do aparelho, já que quem os possui geralmente são “hiperconectadas” (sic), e os usam como objeto de afirmação de classe social.

As famílias começam a usar novas formas de manter contato como grupos no facebook, e whatsapp. Ou seja, a aproximação física acaba por ser potencializada pela aproximação virtual. No espaço de diálogo, a possibilidade de reunir a família em algum evento, aumenta. Já que a aglomeração cria múltiplas possibilidades, em contrapartida ao tradicional diálogo via ligações e visitas esporádicas onde o número de pessoas presentes eram limitados.

Crônica necessária, porque o limite do cartão de crédito estourou

Há quem grite por aí que o consumismo move a economia, faz girar capital, e relembre os idos afrancesados, em que o giro da economia alimentava a economia. Ah, como giram essas ideias, giram tanto a ponto do consumismo aceitar sem preconceito ou ranço o “-ismo” da separação.

E lá vem, encabeçado pelo “con” que agrega, sem se deixar separar. É claro que entre um e outro vem o sumo, quase o conteúdo da fruta etimológica que é a pluralidade do consumo. O desprezo, quase um sujeito elíptico da questão, consome desenfreado e lembra o extremismo dos ismos. Não que o consumo equilibrado esteja em desuso, pelo contrário: ele não está – o que desgasta o léxico e a intelecção dos que tentam aprofundar a discussão e o entendimento.

Sabe o colocar a comida no prato e jogar metade no lixo? Tomar um copo cheio d’água enchê-lo de novo, tomar metade e jogar o resto fora? Isso é um pedaço de consumismo. Consumo desenfreado. Desmedido. Consumido. Mas jogar fora não é o fato do debate, é uma das últimas possibilidades do objeto por ser consumido. Usá-lo ou descartá-lo.

Consumismo. De consumir; mais “-ismo”. Tanta etimologia, e que se assemelha ao escritor que mantém a métrica e as palavras, mas troca a ordem pra alterar o sentido. Como se da mão, o carro guinasse pra contra mão, sem trocar a marcha, mudar de cor ou modelo. É o carro “A”, que ruma sempre em frente, mesmo após guinar 180º sem alterar em nada a potência do deslocamento, movendo apenas o volante – o controle. A menos que se use o viés consumista, que o Carro “A” segue em frente e o “B” guina contraposto ao local de repouso do “A”.

Seguindo no viés consumista, é um novo carro por ano, uma nova roupinha pra ir pro trabalho quando o guarda-roupa já não cabe nem uma camisetinha no estilo regata, linda, que cai muito bem nesse verão tropical brasileiro e só custa 39,90 naquela lojinha baratinha do lado daquele café que você sempre vai depois de sair do cinema.

Segue o consumir, desnecessário, desenfreado. Como se o instinto humano deixasse de buscar o necessário, a caça, e as frutas, para garimpar roupas de qualidade, itens necessários, ou de ostentação. Bons preços ou não. Não se sabe, e não se julga. Não a compra. Se julga o consumo e o que provoca.

E por provocar, provoca a geral felicidade da nação (ou classe) a qual é permitido consumir sem que a saúde da dispensa seja alterada. E o contragosto dos oprimidos. Mas fora isso, como fica o produto, as produções e a matéria prima? Fora tudo, não se critica nada?

Consumismo? Ora é consumismo! Aquela coisa que a gente faz no final do mês com o cartão de crédito e sofre por dois meses pra pagar, e mesmo sofrendo com o uso que desgasta a saúde fundamental das finanças pessoais; continuamos a consumar a dívida. A regatinha branca na promoção, aquela torradeira prateada na Black Friday (quando a sua branquinha funciona que é uma beleza!), o desejo de ter esses bens, e a felicidade na hora da compra. Consumismo!

Serotonina e adrenalina elevadas no sangue, que flui em um ritmo de difícil definição, correm em elevadas produções, aumentando a ansiedade, e o prazer da compra, de ver o “Transação Aprovado” na maquinha.

Que se consome, consome. Se consumismo, talvez. Quando compra, aceitam. Consumismo, tão subjetivo no entendimento, se perde em uma volatilidade de julgamento e interpretação de fato e caso. Se bom ou mau, há quem discuta.

Duro Golpe à Democracia Estudantil

Masoquismo é a prática de controle e centralização de informações pra fins desconhecidos perpetuada na UCB. E masoquismo maior,é o ME se declarar limpo e voltado para os interesses estudantis, quando na verdade é tendencioso para o pensamento partidário. Aqui ficam os questionamentos das questões levantadas.

  1. Esclarecimentos? Não em tempo, afinal, se aconteceram reuniões desde o semestre passado – isso se não comentar as “obscuridades”, ou reuniões, anteriores – por que alunos do seu curso reclamam de não terem sido informados? E da suas contradições ao passar de sala em sala. Mas evitemos discorrer nisso, nos prendamos aos fatos.
  2. Representante do CADir ? Então quer dizer que nas outras como aluno, e já em cargo de representação estudantil, você foi omisso no repasse de informações?
  3. Correto, então acredito que deveriam tomar cuidado com como nomeiam seus arquivos, porque nos corredores, essas cartas são conhecidas por outros nomes.
  4. Por acaso o senhor saiu mais cedo? Incitou os alunos e foi embora? Porque ao contrário da acusação desse item, o CADM participou sim, do debate, e ajudou a construir um diálogo construtivo representando o estudante de maneira clara, e verossímil aos seus medos, dúvidas, e petições. Caso tenha memória fraca, foi aquele sem pretensão de usar a assembléia de plataforma, lá pro final do evento. Se o senhor desconhecer o discurso é só pedir a carta que foi distribuída para os alunos na entrada do auditório um pouco antes do início.
  5. Divulgou, correto. E por isso mesmo é um cartel. O ciclo de seguidores dessas páginas é tendencioso. Basicamente a militância da UCB, e divulgar apenas nessas páginas são limitar, e controlar quem recebe a informação. E quanto a passar em sala de aula, segundo alguns alunos do seu curso, suas primeiras afirmações sobre a reestruturação eram as de que “não sabemos de nada, porque a reitoria não nos falou”, isso mesmo após reuniões para discussão do assunto. E aparentemente o discurso em sala mudou para “reestruturação feita às escuras”, e quando não, nos vem o saudoso Diretor da Escola de Negócios, Alexandre Kieling, questionando sua escolha de palavras.
  6. Fica evidente que quem faz esse questionamento é um aluno, que como muitos outros se sente lesado pelo clubinho do CADir, e alguns outros, que se fecham de forma a não informar, e sim desinformar.Isso fora a maneira suja e tendenciosa da politicagem estudantil vigente. E esse ciclo fechado só não é visto como cartel por quem é beneficiado por ele. Se ele fosse de fato limpo e democrático, não haveria leso, e a situação da reestruturação não seria tão grave. A falsa democracia alimenta o cartel, então me pergunto: democracia quando?
  7. Acusados de usar a assembleia do dia 3 como plataforma, e ainda ousam dizer que a reestruturação não é jogatina política? Os fatos destoam a fala, caro amigo. E chapa que não apoia as manifestações? Apoiar é o mesmo que seus colegas pregam de forma desrespeitosa e impositiva? Porque tudo o que vejo são alunos gritando, e tentando fazer a reitoria engolir suas vontades guela-a-baixo sem pensar, ou pesar os benefícios e malefícios da reestruturação. A grande questão é grade aberta, ou fechada. Essa é a verdade. E logo, por que não usar os medos dos alunos, e a desinformação que causaram para se beneficiarem, correto? Ao contrário do quebra-quebra, a diplomacia pode sim nos ajudar. E se não ajudar, vai fundamentar os atos simbólicos, como invasão da reitoria e seja lá o que for, mas até que o diálogo seja gasto, invadir a reitoria só cria medo, desespero e não constrói um diálogo ou um acordo que beneficie os alunos, e sim chapas específicas.

Não participar das manifestações não significa não apoiar a causa, significa não apoiar a forma como ela é discutida – ou nesse caso, imposta. Aos alunos cabe pensar e tomar um lado, às representações estudantis, cabe dar opções e mostrar que as situações são multifacetadas. Não queremos alunos sofrendo sanções, ou sendo machucados. Na questão das bolsas sociais, os alunos invadiram a reitoria. Alguns por não poderem pagar a alta mensalidade, que combato brutalmente, saíram da universidade, e outros, ainda respondem a processos judiciais. As questões que queremos levantar são as da civilidade, e não da barbárie que grita para incitar em qualquer microfone que acha pelo caminho.

 

Texto publicado em resposta à carta tendenciosa e manipuladora do caro amigo Lício Jhonatas, que pode ser lida na íntegra nos seguintes links:

http://liciojonatas.wordpress.com/2014/04/05/cartel-do-movimento-estudantil/

Camisa 10 também é Crack

Alguns os chamam de “Os The Walking Dead”, outros de Cracudos. A verdade é que recebem muitos nomes, e ainda maior é a quantidade de condenações. E antes que eu discorra sobre o assunto, faço questão de deixar claro que aqui não defendo o uso da droga, ou dos usuários, que são muito marginalizados. Pelo contrário, sobre eles não manifesto opinião alguma. O que realmente opino, e tento trazer a tona é o simples fato que usuários de crack são a bola da vez, assim como os usuários de maconha já foram.

As drogas são o que ligam os homens a loucura. Muitas pessoas pobres encontram na droga um escapismo, outras um negócio. Já as ricas, encontram a euforia, um fio de sentir forte que os ligam a vida, ou os mostram o que é viver. Mas o fim é no vício. O uso desenfreado de qualquer coisa leva ao vício, seja chocolate, computadores, celulares, maconha, ou crack. Obviamente as formas de uso, benefícios e malefícios são diferentes, mas no geral, o vício é visto como algo ruim. Em absoluto, como algo averso ao que a cultura denomina como correta.

Lá pela década de oitenta, a maconha foi marginalizada, e difundiu-se a ideia que quem a usasse por uma única vez estaria automaticamente viciada. É engraçado ver como em 2013 essa droga se tornou tão popular quanto o cigarro, e pior, menos inofensiva que muitas drogas lícitas.

O crack realmente mata, vicia, destrói famílias e toda a pá de argumentos que moralistas, religiosos ou defensores da vida longe dos vícios possa dizer. Mas ela não leva de todo a sanidade de um homem. Pelo contrário, o instiga a coisas que em plenas faculdades mentais, a sociedade recrimina, e até com razão.

Mas qual o motivo de existir realmente a droga da vez? Assim como foi com a maconha, e agora é com o crack? A resposta é simples: O governo não pode garantir, ou sanar todos os direitos e necessidades da sociedade. Imaginem um país com duzentos milhões de habitantes, e que 1% dessas pessoas vão diariamente aos hospitais; Os custos seriam gigantescos, e são, sem contar o espaço para receber diariamente dois milhões de pessoas. E quanto a segurança então? Vamos colocar como um quarto da população estando na linha da pobreza, o que seria equivalente a cinquenta milhões de pessoas. E se dessas cinquenta milhões, um milhão resolvesse virar assaltante. Quão grande não seriam os gastos com a segurança? Será que mesmo com impostos abusivos seria possível controlar essas coisas? A resposta é simples: Não.

Se os impostos aumentam, as pessoas tem menos dinheiro, e o que era um quarto da população na linha da pobreza provavelmente vai aumentar. A segurança é cara, a saúde é cara. Saneamento básico, e todas as despesas básicas o são. O salário pago ao proletariado, é barato. Mão de obra a preço de entrada em um desses circos que ficam nas praças de pequenas cidades: 10 reais por pessoa, e criança não paga.

O governo precisa criar medo, assustar a população, e por isso é preciso uma bola da vez. E aí entra o crack. A droga que leva ao vício no primeiro uso. Bom, a verdade é que nada leva ao vício quando usado pela primeira vez. Se isso fosse verdade, o número de fumantes e drogados seria exorbitante. E admitamos, quando analisados estatisticamente, de maneira detalhada, os números não são assim tão assustadores. Mas os usuários de crack são: Assim como são bandidos, assassinos, marginalizados e incompreendidos. Assustam pela fuligem que cobre a pele. Pelo preto de terra, ou cheiro de suor e toda a pá odores ruins que impregna nas roupas e em todo o resto do corpo.

Se o governo não consegue controlar toda a população, ele pode ao menos assustar boa parte, intimidar a outra, e fazer a manutenção do poder pela falsa esperança da democracia. E acima de tudo, usar a força para calar todo o resto. A liberdade é a maior prisão do homem.

A liberdade dá ao homem o direito de escolher, mas a verdade é que seres tão emocionais não conseguem usar de frieza para pensar em tudo. A massa de manobra acaba transcendendo o propósito inicial e sendo tomada pelo frenesi. E o pior de tudo, democracia nada mais é do que oprimir a minoria pela vontade da maioria. Se de dez pessoas, oito votam para que o museu seja demolido e duas para que não seja, a maioria vence, e o museu é demolido. Simples, de maneira curta e grossa, a democracia como a conhecemos demanda maleabilidade do povo em aceitar o que a maioria, que eles sequer sabem quem são, escolheu.

Quando os dogmas sobre uma coisa caem, logo outro judas é levantado. E outra onda de medo vem, para que assim, a justiça (Ou o governo) tenha um inimigo a combater publicamente. Sejam as drogas, seja a marginalidade, ou os gráficos que tiram toda a humanidade que nós temos, e nos tornam cada vez mais frios, e parte de estatísticas que não sabemos de onde vem.

A droga não marginaliza ninguém, mas sim a necessidade de evitar o alvoroço e o descontrole da população. Quer dizer, se a cultura é quebrada, o povo perde a essência, e já sem a hierarquia que eles mal entendem passa a ser válida. De repente todos são iguais. E a igualdade, que em tese, junto com a liberdade, deveria ser inerente ao ser, se torna uma tortura a sanidade mental.

Revolução do Vinagre

Tropa de choque, cavalaria, bombas de gás. A própria polícia militar que indigna toda uma população não pode nos fazer gritar tão alto quanto uma bola de futebol, ou o suficiente para igualar os gritos causados por um embalo festivo, o batuque, e o choro do cavaco. Os gritos festivos gritados por toda uma população que deveria gritar por mudanças ultrapassam o real necessidade de uma população. O cavaco vai chorar mais alto que as exigências do povo até quando? Até quando vamos chorar em vão por justiça?

O jogo Brasil contra Japão teve como placar final 3 x 0. Parabéns aos jogadores, à nossa excelentíssima presidenta pelo decoro enquanto recebia vaias desnecessárias no estádio, de pessoas que chamaram os manifestantes de vagabundos. Mas um parabéns especial aos deputados e senadores que atrasaram a obra propositalmente para conseguir facilitar o caixa 2. Gostaria de parabenizar, por último, mas não menos importante, o povo. Pela passividade e por aceitarem a indução a uma cegueira que poderia ser facilmente desfeita por um pinguinho de vontade de querer realmente se informar.

Já começou. Está em todos os lugares. Está na internet, TV, rádio, e está nas ruas. Está acontecendo a mudança que o país inteiro sempre quis, que todo brasileiro sempre disse que deveria acontecer. Mas por que vocês reclamam e repudiam tanto? É trauma da ditadura, medo de ser preso? Hoje em dia podemos lutar e falar nossos objetivos em voz alta para que todos ouçam. Primeiro, nossos objetivos são louváveis, não queremos instaurar uma ditadura, queremos forçar o poder vigente a mudar, a dar ao povo o que lhe é direito e pode ser resumido em uma palavra: Dignidade. Segundo, liberdade de expressão. Podemos falar de política, religião e futebol abertamente, então alguém por favor me diga, por qual motivo não podemos falar das nossas lutas por direitos básicos que nos são negados? É simples, podemos e devemos. E mais, se eles não nos são dados como deveriam ser, então lutemos pra ter o que nos é direito.

No Distrito Federal, a Revolução do Vinagre começou de forma pouco agradável. A polícia se mostrou contra a manifestação já na rodoviária do plano piloto, ponto de encontro dos manifestantes antes de marcharem para o estádio. Mesmo com as ações policiais, a manifestação não parou. Marcharam até o estádio onde foram agredidos. O batalhão de choque, polícia militar, e a cavalaria marcaram presença com seus eternos brinquedos: Cassetetes, bombas de gás, bombas de efeito moral, spray de pimenta. Os manifestantes estavam lutando por direitos em meio a repressão, enquanto a polícia reprimia de forma violenta a liberdade que nos é direito, o movimento que também os beneficia.

E então, o jogo foi bom. Ganhamos por 3 x 0, nossos compatriotas ricos puderam ver ao vivo, enquanto os de classe social inferior assistiam a tudo nos telões colocados na Esplanada. O povo se agitou pela vitória, mas se deixou calar no que diz respeito a clamar por direitos e dignidade. Os batuques e o choro do cavaco encobriram os gritos de revolta. Os gritos que clamavam por direitos e por justiça social.

Quem assistiu ao jogo nos telões alocados na Esplanada não foram os senhores da classe “A”, visitantes japoneses, ou os manifestantes, que estiveram momentos antes nas imediações do Novo Estádio sendo chamados de vagabundos por quem estava na fila. Quem estava la era o povo. A grande maioria. A expectativa era de que houvessem entre 60 e 70 mil pessoas assistindo aos shows, sendo ludibriados pelo choro do cavaco e o batuque. Mas essa realidade apenas nos mostra algo que já sabíamos: Dê pão e circo e o brasileiro se cala. E o brasileiro se calou, exceto por três momentos específicos, que foram os momentos dos 3 gols da seleção. Mas o que realmente intriga nesse paradoxo é que após o show, os palhaços são aplaudidos, e na Esplanada ocorreu o contrário, os palhaços aplaudiram.

E nessa luta o povo é ludibriado pela música, e pelo “privilégio” de assistir ao jogo nos telões. Onde estão os ingressos com preços acessíveis? Eles não estão em lugar nenhum, até mesmo porque, para que os parlamentares e autoridades importantes em alguma esfera do poder recebam ingressos de graça, alguém deve pagar a conta. Mas essa conta não fica por conta do povo. E é simples, dessa vez quem paga são as pessoas que compraram ingressos pro jogo, e como sabemos o povo não tem dinheiro pra isso. Mas o povo tem sim, dever de lutar por preços acessíveis. A copa das confederações está acontecendo, mas e a Copa do Mundo, as Olimpíadas? Os preços serão tão altos assim, ou serão muito superiores? Eu espero não precisar saber, espero que o povo lute, e consiga resolver o problema enquanto ainda não é algo gigantesco ou irreversível.

Até quando o pão e o circo serão suficientes? Serão suficientes até que o brasileiro tenha uma educação de qualidade, e capacidade de refletir sobre os próprios direitos. Mas como um povo pouco informado, ou informado de forma a alienar e não a nutrir a necessidade de informação, pode conseguir sair do circo, negar o pão e lutar pelo que lhe é devido? São perguntas sem respostas. Mas uma coisa é certa, se tudo der certo, não precisaremos saber a resposta, pois nossos Heróis que lutam munidos de Vinagre, coragem e desejo de ver nossa população ser dignificada irá nos mostrar. Tenhamos fé, coragem e força para lutar por nós, e que o nós sejamos todos, não apenas alguns.

Libertinagem Cristã

“É errado criticar Deus”, “Os homossexuais estão querendo destruir a família”, “Fundamentalismo Gay”. Essas e tantas outras expressões são a base do discurso religioso. Repetidas em todo discurso, sem mudar uma única palavra ou se adaptar ao público, sempre a mesma pregação. Mas a questão é: quem disse que é errado exigir os próprios direitos? Ser cristão não é errado, e ser gay também não é. Um livro não diz quem é certo ou errado, muito menos um livro escrito muitos e muitos séculos atrás baseado na sociedade de uma época tão distante.

Alguns religiosos extremistas pregam a ideia de que “a bíblia é a lei das leis”. O que nos remete a uma questão interessante: Deve ou não a bíblia ser considerada “a lei das leis”, ou influenciar de forma direta a formulação, deferimento ou indeferimento de leis?

Levando em conta que as leis são baseadas nas necessidades da sociedade, na proteção das mesmas de leso ou dano, e também proteção do patrimônio social, cultural e de outros vários assuntos de importância da sociedade, seria possível aceitar uma influência cultural que é considerada ultrapassada em vários pontos?

O povo cristão se esqueceu — ou não foi avisado — que as leis são coisas dinâmicas e devem ser formuladas de modo a inibir práticas que gerem leso a maioria, e não beneficie apenas um grupo fechado que se julga detentor de um poder que a maioria supõe não possuir ou não sabe que tem, e deve também acompanhar as mudanças sociais, sem dar preferência a grupos específicos, porém visando a proteção e o bem de todos. Assim como os homossexuais se esqueceram que os direitos deles são os mesmos de todos os homens, e que grande parte das limitações que enfrentam são culturais. Os homossexuais vêm lutando há muito tempo por direitos que lhes deem proteção, o que é absolutamente aceitável e deve sim, ser apoiado. Ainda que algumas pessoas acreditem que deixaram de querer apenas efetivar proteções e direitos necessários na carta magna, e visem agora mudar a cultura, buscando uma aceitação popular que a sociedade não quer, e não está preparada para dar. Porém o respeito e a proteção eles vêm conquistando, e são muito merecidos. As leis passaram a aceita-los, e passaram a ter voz na câmara. Porém o que muita gente — homossexuais ou não — esquece é que eles também são humanos, e que todo humano ao nascer, automaticamente já é amparado pelos Direitos Humanos.

Pastor Amor, Pastor Alegre e muitos outros juntos, incitam uma multidão quase imensurável e que transcende as crenças que eles pregam a odiarem pessoas. Pessoas de carne e osso. E isso na concepção de algumas pessoas caracterizaria uma ofensa aos Direitos Humanos. Mas quando levamos em conta que essas pessoas, que são como qualquer outra pessoa, são homossexuais, o negócio muda de figura. Os direitos que passam a valer são os previstos em lei, e os direitos humanos quase não são mencionados. Exceto os que o Presidente da Secretaria de Direitos Humanos julga correto.

E então, Pastor Amor e Pastor Feliz, qual o próximo passo da sua armada? Criar a ideia de que o aborto é errado? Sobre qual pretexto, “que Deus escreve certo por linhas tortas”? Concordo que o aborto é desumano. A luta pela vida começa no próprio ato sexual, quando o esperma corre para o óvulo. Nesse passo não ouso discordar muito de vocês, apenas repudiar o extremismo.

Como um amante da liberdade e do livre arbítrio, sou a favor do direito de escolha em certas circunstâncias, como gravidez de risco, estupro, e casos hediondos. Porém acompanhado de uma instrução. Acredito que toda mãe que quer abortar deve, obrigatoriamente, passar por todo um processo antes de consumar o ato. O que iria de palestras coletivas, para estimular a interação entre pessoas que têm o mesmo objetivo, a um acompanhamento médico e psicológico. E só após isso, e com o consentimento dos profissionais que a acompanharam nas diferentes etapas, ela poderia abortar.

Mas é claro que, Deus repudia os homossexuais, e o aborto. Então como umas poucas vozes podem lutar contra um mar de cristãos tão devotados a Deus e a seus líderes quanto Espartanos à guerra?